
há um diálogo entre o medo e a existência pintada nos botões da subida. o teclado tomou-me pela distância e o avanço resignou-se até à asa primária do espaço onde se eleva o pensamento na sua perfeita máscara, volúvel e agradada.
não danço. - danças?
podemos morrer aqui pasmados de fadiga e todavia o canto esconde sombras. emoções civilizadas para que não se percam as penumbras.
não chove aqui. pode ser que a música levante os olhos e devagar, muito devagar, consigamos chegar ao sótão em silêncio. sem dimensões e tempos mágicos na distracção formidável da subida.
há as escadas, queres? - nada se compara à transparência do botão. - quinto?
um movimento de translação entre o pensamento e o sólido tédio que o absurdo revitaliza. meio-metro quadrado de futuro.
falta-me o ar. - danças?
finjo a fragilidade geométrica do amor. uma mesa posta, este elevador.
assina Bandida
foto de Balla Demeter.